sexta-feira, 16 de agosto de 2013

voçê sabia parte 2


1976 - SURGE O FAIRCHILD CHANNEL F, O PRIMEIRO CONSOLE PROGRAMÁVEL DA HISTÓRIA
Eis aqui um ilustre desconhecido de todos nós, o Zircon/Fairchild Channel F. Seu nome aparece nesta matéria devido a uma novidade que mudou para sempre a indústria gamística: foi o primeiro console "programável", onde o usuário poderia trocar os jogos que eram acondicionados em cartuchos. Não era mais necessário fazer operações complicadas para mudar o jogo; você poderia comprá-los nas lojas, quando quisesse. O engraçado é que os cartuchos vinham numerados - já que a Fairchild era a única fabricante de jogos - para não confundir o consumidor. Desta forma, o usuário economizaria no hardware, e gastaria mais no software, teoria que ainda hoje é a base da indústria de videogames. O Channel F vinha com uma biblioteca de jogos diversificada, que continha desde conversões de clássicos dos arcades, como Computer Space e Space Invaders (lançado mais tarde), títulos de esporte (Hockey e Tennis) até versões digitais de jogos de tabuleiro e cartas como Forca, Gamão, Jogo da Velha e Poker.



É engraçado, mas naquela época os cartuchos do Fairchild Channel F vinham numerados, para não confundir os consumidores na hora da compra. Afinal de contas, era o primeiro console programável da história!
Pela qualidade ruim e simplicidade extrema dos seus apenas 26 jogos lançados, o Zircon/Fairchild Channel F não foi bem sucedido e teve vida curta; e hoje em dia, embeleza os museus de aparelhos eletrônicos espalhados pelo mundo.


Uau! Estes eram alguns dos complexos jogos do Fairchild Channel F: 1) Shooting Galery
(no qual se inspirou Combat do Atari 2600?). 2) Tic Tac Toe (Jogo da Velha). 3) Desert Fox.
4) Spitfire (também inspiração para Combat?). 5) Math Quiz 1(contas de adição e subtração).

6) E Doodle/Quadradoodle, onde você fazia belíssimos desenhos na tela, enquanto se divertia!
1977 - A RCA LANÇA O STUDIO II
A RCA também queria pegar uma fatia do promissor mercado de consoles (afinal de contas, ela perdeu o bonde da história ao recusar o projeto "Brown Box" de Ralph Baer, que iria se transformar no Odyssey 100), e lançou no início de 1977 o Studio II, um console "programável" como o Channel F. O Studio II tinha quatro jogos embutidos em sua memória principal, além dos jogos extra em cartuchos. A grande novidade era um teclado numérico disposto no console, em substituição aos "paddles" (controles em formato de roda) onipresentes na época. 
Esse é o Studio II em carne e osso. Notem o teclado numérico que
substituía os "paddles" (controles em formato de roda) existentes na época.
Os gráficos gerados pelo Studio II ainda eram em preto e branco e não tinham muita resolução, e foram mais um motivo para não cair no gosto dos consumidores da época. Não precisamos nem dizer que a RCA fracassou com esta tentativa. O Studio II marcou o fim da primeira geração de consoles caseiros, e hoje é um bem raro de se encontrar.
Eis alguns jogos do Studio II, que ainda eram em preto e branco. 1) Tennis/Squash. 2) Speedway and Tag. 3) Space War, que só pega o nome emprestado do clássico de Stephen Russell. 4) Adding, para fazer contas. 5) Freeway, uma corridinha básica. 6) Doodle, para desenhos na tela. 7) Bowling, onde os pinos do Boliche eram belos quadrados. 8) Combat, do Atari, em conversão feita para o Studio II na década de 90 pelo fanático Paul Robson. 

* Foi também em 1977 que o Brasil teve o primeiro contato com um console de videogame. A fabricante nacional Philco viu uma oportunidade de sair na frente da concorrência, e lançou o console Tele-jogo em solo tupiniquim. Na primeira versão comercializada no Brasil, era possível jogar futebol, tênis e paredão. Um bom tempo depois, veio o Tele-jogo 10, que, como o próprio nome dizia, possuía 10 jogos gravados na memória, que eram selecionados através de um botão no console. 
O Tele-jogo e seus diversos clones fizeram algum sucesso no início de sua comercialização, mas logo depois caíram no esquecimento pelos brasileiros. O fato de que o aparelho danificava as televisões da época (quando ligado por várias horas seguidas) e a baixa resolução gráfica foram fatores que contribuíram para sua decadência. 
O Tele-jogo era uma variante do "PONG", baseado no chip AY-3-8515 da General Instruments, que já tinha 6 jogos armazenados na memória. A diferença é que o Tele-Jogo utilizava apenas 3 jogos contidos no chip. 


NOVEMBRO DE 1977 - INICIA-SE A IDADE DE OURO DOS VIDEOGAMES COM O ATARI VIDEO COMPUTER SYSTEM
1976: a gigante Warner Communications compra a Atari (fundada por Nolan Bushnell) de olho no promissor mercado de entretenimento. No final do ano seguinte é lançado o Atari VCS (Video Computer System), videogame que catapultou a indústria gamística, e que logo se transformou em um dos ícones culturais da década. Seus 128 bytes de memória e 1.19 Mhz de velocidade do processador e da placa de vídeo, marcavam uma nova geração nos consoles domésticos. 

Eis o velho e saudoso Atari VCS. Na foto, vemos o clássico
console na versão lançada no mercado norte americano.

Com o "know how" adquirido com o Home Pong, Nolan Bushnell (presidente da Atari) encantou o mercado norte americano com as "excelentes" conversões de jogos de arcades. Desde então, o conceito de cartuchos, introduzido pelo console Channel F, nunca mais foi abandonado pela indústria gamística.


As melhores softhouses da atualidade tiveram sua porta de entrada ao mercado doméstico através do Atari 2600.
Nas fotos acima, vemos 3 cartuchos produzidos pela Sega e alguns clássicos feitos pela Konami
Embora as conversões ficassem muito aquém da qualidade dos arcades, elas é que fizeram a fama  do Atari 2600 no mercado americano.  Nas fotos vemos: 1) Defender, de Jeff Minter. 2) Ms. Pac Man,  licenciado da Namco. 3) Moon Patrol, da Irem. 4) Mario Bros!, quem diria, da Nintendo. 5) Zaxxon, a medíocre conversão
do sofisticado arcade em 3D. 6) Space Invaders, o clássico jogo de tiro de 1979. 
Mas, ao contrário do que todos pensam, o Atari VCS (que mudou o seu nome para Atari 2600 logo depois do lançamento) não obteve vendas satisfatórias no início de sua carreira, causando um sério atrito entre o presidente da Warner e Bushnell, que abandonou a companhia. Os executivos da Warner, alarmados com o iminente fracasso comercial da nova plataforma, "forçaram" fabricantes de periféricos e softhouses (entre elas a própria Atari) a inundarem o mercado com centenas de novos jogos e acessórios para o console. 
A estratégia deu certo inicialmente, e a partir do início da década de 80, as vendas atingiram níveis estratosféricos para a época. Iniciou-se uma nova onda de clones do Atari 2600, inclusive com a inclusão de módulos em outros consoles para rodar seus ótimos jogos, e pela primeira vez na história, jogos pornôs.
Dois momentos nostálgicos da década de 80: 1) Adventure, o precursor dos jogos de aventura
modernos. 2) Keystone Kapers, conhecido no Brasil como "Ladrão de Supermercado". 
1) Um dos primeiros jogos desenvolvidos para o console, Combat, já na década de 70, encantava os
 jogadores devido à jogatina multiplayer, com tanques ou aviões. 2) Montezuma's Revenge, uma aventura
de alto nível que, para muitos, era o melhor jogo do Atari 2600. 
1) River Raid, produzido pela Activision, era um dos melhores jogos do Atari 2600, e a prova viva de
que boa jogabilidade podia ser conseguida mesmo com os escassos recursos gráficos do console.
2) Hero, lançado em 1984, no ano do crash dos videogames, foi o último grande jogo a sair para o console.
E o que dizer dos clássicos de corrida, Enduro e Pole Position? Eles eram objeto de cobiça da garotada, apesar de sua jogabilidade não ser lá essas coisas...
Os jogos de ação/aventura também começaram a ficar extremamente populares. Dois bons exemplos
eram Pitfall (o primeiro jogo com "scroll" lateral de tela) e o concorrente direto Jungle Hunt.
Mas, a superpopulação de jogos medíocres disponíveis para o console confundiu a cabeça do consumidor, que não sabia mais o que comprar, e acabou desistindo de adquirir novos títulos. Desde então, a popularidade do Atari 2600 foi despencando como jacas maduras. O tiro tinha saído pela culatra.  
Exemplos de jogos medíocres, que ajudaram a afundar a reputação do Atari 2600: 1) Atlantis, bonitinho, mas enjoativo pacas. 2) O difícil Raiders of the Lost Ark, baseado no filme Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida. 3) Outer Space, o jogo!  4) Adventures of Tron, baseado também no filme homônimo. 5) O intragável e "feliz" Bobby is going home. 6) Revenge of Beefsteak Tomatoes, um jogo de tiro "em todas as direções". 
A Atari ainda tentou lançar periféricos revolucionários para contornar a situação, mas o mercado já demonstrava sinais de fraqueza. Sete anos depois de lançado, o Atari 2600 naufragou, e levou todo o mercado de consoles juntamente com ele. Esse episódio histórico ficou conhecido como o crash dos videogames de 1984
Eis aqui algo raríssimo, o "Mind Link". Este acessório, que
nunca chegou a ser lançado, prometia coisas de filmes de
ficção científica. Com ele, o jogador poderia controlar as
ações do jogo usando apenas sua mente! Não precisa nem
dizer que o "Mind Link" fracassou porque não cumpria o
prometido...
Um dos acessórios que prometia aumentar a popularidade
do Atari 2600 era o "My First Computer", que transformaria o
console em um poderoso computador pessoal. Tarde demais,
lançado apenas em 1983, o acessório sofreu concorrência
predatória dos PC's mais modernos.
Em crise, a Warner vendeu a divisão de consoles e computadores da Atari para a familia Tramiel em 1984, que passou a deter os direitos sobre a marca e fundou a Atari Corp. A empresa ainda tentou voltar a ativa nos anos seguintes com novos consoles e computadores, sem sucesso. Em 1996, a Atari Corp. foi comprada pela fabricante de HDs JTS, que pediu concordata em 1998 e vendeu a empresa  (por meros US$ 5 milhões) para a HIACXI Corp., divisão da Hasbro Interactive, que ficou sendo a dona das propriedades intelectuais da Atari. 
Entretanto, só em 1996 é que o grupo Time Warner vendeu a divisão Atari Games (responsável por jogos de arcades, como Gauntlet Legends e Rush the Rock) para a WMS Industries, dona da Midway games (produtora de Mortal Kombat). Algumas conversões destes jogos para formatos caseiros ainda apareciam com o logotipo Atari, mas em 2000, a empresa resolveu mudar o nome desta divisão para Midway Games West, e o nome Atari Games foi enterrado definitivamente.
E finalmente, em Dezembro de 2000, a Infogrames comprou a Hasbro Interactive, e hoje em dia é a dona da maioria dos clássicos que levaram o nome da companhia nas décadas de 70 e 80, e tem o direito a utilizar o nome e o logotipo da Atari. 
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* Com o sucesso do Atari 2600, pela primeira vez no mercado americano, as empresas de videogames começavam a veicular anúncios em massa, mostrando seus jogos para a população, inclusive, com o auxílio de famosos. Abaixo, separamos uma série de comerciais (muitos dos quais, hilários) mostrando jogos da I-Magic, Activision e da própria Atari. Todos tem menos de 1 MB, no formato .MOV. É um download que vale a pena!
Atari - Vários jogos para o 2600 Atari - Real Sports Baseball
Activision - Chopper Command I-Magic - Demon Attack
Atari - Real Sports Hockey Activision - Pitfall
Atari - Vanguard Activision - Megamania

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